Paco Bandeira abrilhantou “Ternura dos 20” da Orquestra Ligeira da Filarmónica Ansianense

O músico Paco Bandeira decidiu ‘descontar’ duas décadas ao seu célebre êxito “Ternura dos 40”, e participar na celebração do 20º aniversário da Orquestra Ligeira da Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília (SFASC), através do concerto “Ternura dos 20”.
E foi um concerto bem especial, o do dia 17 de julho. No parque de estacionamento do Estúdio 33, onde a música encontrou o seu espaço em tempos de pandemia, a orquestra ansianense subiu ao palco com o conceituado artista português, para um espetáculo harmonioso e de grande qualidade.
Um concerto que serviu para o lançamento do trabalho discográfico comemorativo dos 20 anos de atividade da Orquestra…
No rescaldo desta grande noite cultural, HORIZONTE falou com Sandra Carvalho, presidente daquela coletividade ansianense que resumiu as sensações numa frase esclarecedora: “foi o regresso ao passado, adaptado ao tempo presente e com olhos no futuro. Numa palavra: inesquecível!”
O Orquestra Ligeira de Ansião teve a oportunidade única de assumir o papel principal na mesma tela, onde se têm projetado nas últimas semanas, grandes nomes do panorama cultural e musical do país. Para Sandra Carvalho, “a generosidade, o espírito de partilha, o agir orientados por regras apertadas e, depois, o privilégio que tivemos de poder encher aquele parque, com um público entusiasta e muito acolhedor, foi extraordinário”.
Para a SFASC foi a oportunidade de “recomeçar pós-pandemia e de voltarmos a estar juntos e de darmos ao público a possibilidade de nos acompanhar, sem riscos”.
Relativamente à participação de Paco Bandeira, Sandra Carvalho elogiou a sua postura “extremamente disponível e humilde, confiando plenamente no trabalho do nosso maestro André Lopes e dos músicos da Orquestra”. No ensaio geral, “bastaram as primeiras notas da sua guitarra, o seu sorriso e descontração para percebermos que iria ser um concerto muito coeso, e assim foi”, refere orgulhosa.
Questionada sobre estas parcerias continuadas com nomes grandes da música portuguesa (como Paulo de Carvalho e FF), Sandra Carvalho refere que são importantes para os músicos e maestros, dando-lhes a oportunidade de “aprender e trabalhar com os melhores”. Para além disso é sempre reconfortante “ver a nossa coletividade, composta essencialmente de amadores, ao lado de artistas de grande qualidade”, considera.
Participaram no espetáculo, a Escola de Dança da Clínica das Cinco Vilas (Avelar), representantes do Rancho Folclórico Cantares de S. Domingos (Lagarteira), do Grupo Folclórico Cantares de São Tiago (Santiago da Guarda), do Rancho Infantil das Serras de Ansião, do Rancho Folclórico de Pousaflores e do Rancho Folclórico Flores da Serra (Lagoa Parada). Entidades a quem a SFASC agradeceu reconhecida, tal como à equipa da Luís de Matos Produções e outras entidades que apoiaram na produção do concerto.

O 20º aniversário da Orquestra Ligeira foi assinalado com o lançamento de um CD. Sandra Carvalho considera que “duas décadas de existência, com projetos e participações musicais a nível local, nacional e internacional, deveriam ser marcados por este projeto discográfico, enquanto demarcação de um percurso de empenho, esforço e dedicação deste grupo”.
O CD, que congrega alguns temas interpretados pela Orquestra nos últimos anos, pode ser adquirido junto dos representantes da Filarmónica, ou mediante reserva através do email: sfa.filarmonica@gmail.com, sendo o seu custo unitário de 10 euros.

PANDEMIA VIRAL
‘DESAFINA’ CONTAS
O concerto esteve marcado para o dia 25 de abril, mas a pandemia fez com que fosse adiado para novembro, surgindo a “invenção” drive-in a permitir que fosse efetuado agora. Mas os efeitos da pandemia são mais graves do que isso. As Filarmónicas praticamente não geram receitas em virtude de cancelamento das festas populares e religiosas. Sandra Carvalho admite que são estas iniciativas que lhes garantem a maior fatia das suas receitas. “O financiamento anual de uma Banda Filarmónica provém das receitas dos seus serviços e, por isso, a SFASC não fica à margem destas dificuldades, e, tal como outras Filarmónicas do país, já solicitou apoio às entidades públicas competentes, para que a apoiem extraordinariamente neste cenário imprevisível e de efeitos muito negativos para este tipo de associação”, refere.
Mas a SFASC, apesar de apelar à boa vontade dos sócios, não vai ficar de braços cruzados à espera. “Teremos de nos reinventar” afirma a presidente, dando o exemplo deste concerto em modo drive-in.