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Caixa de Crédito Agrícola há 29 anos no concelho de Ansião

Marco Marques, 30 agosto 2021

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Caixa de Crédito Agrícola há 29 anos no concelho de Ansião
“A Caixa Agrícola presta um serviço de proximidade que a distingue da restante Banca”

A Caixa Agrícola completou a 5 de agosto 29 anos de presença no concelho de Ansião, onde tem 3 balcões, sendo o banco mais representativo nesse aspeto. Definindo-se como uma entidade bancária diferente, onde os clientes são os “donos do banco”, aposta na proximidade e tem conseguido resultados animadores. HORIZONTE esteve à conversa com Ilídio Baptista e Fernando Marques, do Conselho de Administração da Caixa Agrícola das Serras de Ansião, que lembraram um pouco do passado, falaram sobre o presente e perspetivaram o futuro...

HORIZONTE - São já 29 anos de Caixa Agrícola em Ansião. Podem relembrar quais os fundamentos e que importância teve na altura a abertura do balcão de Ansião?
CCAM - Não se tratou apenas da abertura de um simples balcão, mas sim da criação de raiz de um banco novo, o que foi uma aposta arrojada e de risco. A ideia surgiu no início de 1991, de um grupo de pessoas, que entendeu que Ansião teria a ganhar com a criação de uma Caixa Agrícola própria. Havia empresários e pessoas com dinâmica e vontade de ajudar a terra, empenhados no desenvolvimento local e regional, e como tal, aquilo que poderia parecer impossível rapidamente ganhou forma. Num curto espaço de tempo juntaram-se 152 sócios que entraram com uma quota de 100 contos para perfazer o capital social mínimo para a constituição de uma Caixa (15 000 contos) e no dia 25 de Abril de 1991 realizou-se a Assembleia geral constitutiva da CCAM das Serras de Ansião. Seguiu-se o pedido de autorização ao Banco de Portugal, que em Abril de 1992 concedeu essa autorização e em 5 de Agosto do mesmo ano a Caixa abriu as portas ao publico, na altura apenas com o balcão de Ansião.
H - Que balanço geral pode ser traçado ao fim de quase três décadas de atividade do banco?
CCAM - Olhamos este percurso com a satisfação do dever cumprido. Foram atingidos e superados os objetivos que presidiram à sua criação.
Esse desígnio concretizou-se com a nossa Caixa, num serviço de proximidade que a distingue da restante Banca, num apoio à atividade económica que se abre a pessoas, empresas e instituições locais, com quem construímos uma relação de confiança, assente no conhecimento recíproco e numa gestão ambiciosa, mas prudente, que permitiu gerar resultados positivos em todos os exercícios económicos desde 1993 até ao presente. 

H - Qual a atual dimensão desta Caixa?
CCAM – Temos hoje um capital social superior a 6 milhões de Euros e um volume de negócios de cerca de 100 milhões de Euros.

H - Possuem atualmente três balcões no concelho. Qual a perspetiva a curto prazo?
CCAM - A perspetiva será manter os 3 balcões, garantindo assim o serviço de proximidade que caracteriza o Crédito Agrícola.

H - Em Avelar, uma banco com mais de 50 anos fechou portas. A Caixa Agrícola equaciona a abertura de algum balcão numa das freguesias com maior atividade económica do concelho?
CCAM - A atividade bancária está em grande transformação, apostando cada vez mais na banca digital, e manter um balcão aberto torna-se cada vez mais dispendioso, por isso a maioria dos bancos tem encerrado balcões. O Crédito Agrícola foge à regra e é hoje o banco com mais balcões no país, cumprindo assim o desígnio que o caracteriza - um banco nacional com pronúncia local.  Por estas razões, no nosso caso e nas atuais circunstâncias será muito difícil abrir um novo balcão, no entanto o balcão do Parque Empresarial do Camporês foi aberto precisamente para poder apoiar não só as empresas e trabalhadores do Parque, mas também as freguesias de Avelar e Chão de Couce. Mas estaremos atentos à evolução e sempre disponíveis para apoiar os nossos clientes na freguesia de Avelar, que têm aumentado nos últimos dias.

H - A CA publicita muito a ideia de que é um banco diferente. Falem-nos dessas diferenças em relação aos outros bancos?
CCAM - Desde logo porque as decisões são tomadas localmente. A Caixa Agrícola é uma instituição sob a forma jurídica de cooperativa em que todos os sócios podem participar. São os sócios que elegem os órgãos sociais e podem participar nas Assembleias gerais participando assim na tomada de decisões. Apesar de termos clientes não sócios, a larga maioria dos nossos clientes são sócios, ou seja, são os donos do banco. Há assim uma proximidade maior relativamente aos outros bancos. Os colaboradores e administradores conhecem os clientes e estes conhecem-nos. Depois a política do grupo é a proximidade às populações, cumprindo assim também um papel social. Somos o único banco em Ansião que tem 3 balcões.

H - Quantos associados possui a CA Ansião? Tem conseguido captar jovens clientes?
CCAM - Temos cerca de 1.400 associados. Nos últimos anos temos de facto captado muitos jovens. O investimento feito na banca digital, mas também a tal proximidade e a diversidade de produtos que oferecemos, tem contribuído para que os clientes jovens cada vez mais nos procurem.

H - Que futuro antevêm para a Caixa Agrícola de Ansião?
CCAM - Como já referimos, a atividade bancária enfrenta hoje grandes desafios, nomeadamente a adaptação a um enquadramento legal e regulamentar mais exigente, a impor novos modelos organizativos, e a banca digital que já é presente e vai ser o futuro, numa dinâmica que alterará profundamente a organização dos serviços bancários.

H - Já esteve cogitada a fusão com a Caixa Agrícola de Pombal. É tema em cima da mesa?
CCAM - A Caixa das Serras de Ansião é parte integrante do Sistema integrado de Crédito Agrícola Mútuo e a sua ação será sempre balizada pelas políticas, estratégias e ações do Grupo e pelas exigências de transformação que todo o setor atravessa. E porque a união faz a força, não será de estranhar que a Caixa das Serras de Ansião venha a concretizar a fusão com outra Caixa Agrícola, para juntas, criarem escala e prestarem um serviço ainda melhor aos seus associados e clientes.
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