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Continuando com o Papa Francisco… Somos todos filhos, somos todos irmãos!

Marco Marques, 29 setembro 2022

3 min · 56

Continuando com o Papa Francisco… Somos todos filhos, somos todos irmãos!
Dentro de uma família, há papeis diversos, mas uma identidade comum a todos: somos todos filhos! Ninguém escolheu nascer. Cada pessoa deve a existência e a vida a uma mãe e a um pai. Não nos podemos dar a vida, só podemos recebê-la. A vida é um mistério que brilha diante de nós quando os filhos nascem e vemo-los pela primeira vez com os nossos olhos; nesse momento, há algo maior, que nos ultrapassa. Aquela criança é prova de um mistério de vida que depende só parcialmente de nós, e que já amamos antes mesmo de conhecer. Enquanto os filhos são pequenos, precisam de nós. A vida quotidiana deles depende de nós: a alimentação, as roupas, o cuidado do corpo, a comunicação, a aprendizagem do mundo. Mesmo adultos, contudo, todos nós vivemos a experiência de depender de algo e de alguém. Todos nós precisamos uns dos outros. Temos sempre necessidade de ajuda, de amor, de perdão! O que é se esconde por detrás desta verdade? 
Deus Pai pensou em cada um de nós como seres únicos e amou-nos ainda antes de nascermos. “Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci; Antes que saísses do seio de tua mãe, eu te consagrei” (Jeremias 1, 5).
A dependência, que caracteriza a nossa vinda ao mundo, diz-nos que Alguém nos amou primeiro, nos desejou e os nossos pais abriram-se para acolher a nossa vida como dom. É terrível e angustiante sentir-se desnecessário! Mas se pensarmos que fomos escolhidos e chamados desde todo o sempre, este “estar no coração” liberta-nos da angústia, garantindo que estamos enraizados desde sempre num amor que vem “antes” de qualquer outra coisa.
Daqui deriva também a profundidade da experiência humana de  ser filho e filha, que nos permite descobrir a dimensão mais gratuita do amor, que nunca cessa de nos surpreender: é a beleza de ser amado primeiro: os filhos são amados antes de chegar.
Não nos escolhemos, mas fomos escolhidos; isto quer dizer que a condição necessária para entrar no Reino de Deus é “a de não nos considerarmos autossuficientes, mas necessitados de ajuda, de amor, de perdão”, coisas às quais os filhos, especialmente quando são crianças,  chamam os seus pais constantemente a dar! E mais tarde serão os pais a pedir isso mesmo aos seus filhos!
A família é o primeiro lugar em que se aprende a viver a fraternidade à qual, como filhos de um único Pai, somos todos chamados.
“Em família, entre irmãos, aprendemos a convivência humana, como devemos conviver na sociedade. Talvez nem sempre estejamos conscientes disto, mas é precisamente a família que introduz a fraternidade no mundo! A partir desta primeira experiência de fraternidade, alimentada pelos afectos e pela educação familiar, o estilo da fraternidade irradia-se como uma promessa sobre a sociedade inteira. 
A bênção que Deus, em Jesus Cristo, derrama sobre este vínculo de fraternidade dilata-o de modo inimaginável, tornando-o capaz de ultrapassar todas as diferenças de nação, língua, cultura e até de religião. [...] A história demonstrou suficientemente que, sem a fraternidade, até a liberdade e a igualdade podem encher-se de individualismo e conformismo, também de interesse pessoal”. 

Sugestões de reflexão em casal/família 
Temos todos necessidade de ajuda, de amor, de perdão! 
- O que experimentamos quando nos sentimos ajudados, amados, perdoados? 
-Por quem nos sentimos ajudados, amados, perdoados? 
- Cada pessoa que encontramos tem no coração o desejo de sentir-se ajudada, amada, perdoada. A nossa presença pode então ser importante junto de cada pessoa. Pensemos nos últimos dias: fiz alguém feliz, ou tive dificuldade de amar alguém? 
Acolhamos o convite do Papa Francisco: 
“Cada um de nós pense intimamente nos seus próprios filhos — se os tiver [...]. E todos nós pensemos nos nossos pais e demos graças a Deus pelo dom da vida”.
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