Foi colocado em operação, no dia 19 de fevereiro, o parque de S.
João, no Monte de Vez, o segundo no país a produzir simultaneamente
energia eólica e solar. Da responsabilidade da EDP Renováveis, o
complexo situado nesta zona montanhosa que ocupa a ‘fronteira’
entre os concelhos de Ansião e Penela, vai poder produzir 79 GWh de
energia renovável por ano, o que seria suficiente para fornecer 23
mil famílias.
Numa manhã marcada por um sol primaveril e sem sinais de qualquer brisa no topo da serra, Hugo Costa, responsável pela EDP Renováveis, utilizou estas condições como um exemplo perfeito da potencialidade dos parques híbridos: “apesar de estarmos no inverno, não sopra vento e as eólicas mais próximas estão imóveis, sendo o sol o recurso que estamos a aproveitar com os painéis fotovoltaicos”.
É esta complementaridade de recursos que “permite otimizar a produção de energia”, reforçou o responsável, dando conta de que esta é apenas uma das apostas da EDP na zona centro. O projeto híbrido de Monte de Vez “faz parte da estratégia da EDP de continuar a acelerar a transição energética nacional, seja ao investir em novos projetos renováveis ou a otimizar aqueles que já têm servido as regiões onde se encontram”, adiantou Hugo Costa.
Às 13 eólicas que já operam no parque desde 2008 e têm capacidade de gerar 22,8 MW (megawatts), somam-se agora 36 mil painéis da central solar fotovoltaica que podem produzir 21 megawatts-pico (Mwp), resultando numa capacidade renovável combinada de 79 gigawatts-hora (GWh) por ano. Energia suficiente para “fornecer 23 mil famílias” e “evitando a emissão de 40 mil toneladas de dióxido de carbono por ano”, referiu Hugo Costa.
Durante uma visita de jornalistas ao complexo, na qual Horizonte esteve presente, o responsável da EDP Renováveis enalteceu que este empreendimento “é fundamental para a transição energética” na região e em Portugal. Optando pela “hibridização de ativos existentes”, com a conjugação de tecnologias como a eólica, a solar e a hídrica, haverá “mais facilidade de adicionar capacidade renovável”, disse Hugo Costa.
A hibridização dos sistemas, segundo a empresa, permite aumentar a eficiência dos projetos, partilhar infraestruturas elétricas já existentes, promover a estabilidade de custos e reduzir o impacto ambiental e paisagístico.