Estabelecer e afirmar o seu Hospital como unidade de referência na prestação de cuidados de saúde primários da região do norte do distrito, servindo de apoio aos Hospitais de Coimbra, continua a ser um dos principais objetivos da Fundação Nossa Senhora da Guia, que acaba de eleger os órgãos sociais para o quadriénio 2024-2027.
Em declarações ao Horizonte, o presidente do Conselho de Administração José António Fareleiro, reeleito no cargo, confirma esta pretensão sustentando a ‘candidatura’ avelarense nas condições infraestruturais do Hospital – que este ano celebra 130 anos, e na sua localização. “Dispomos de um conjunto de infraestruturas preparadas para dar resposta às populações dos concelhos do norte do distrito em termos de cuidados primários de saúde e uma localização privilegiada em termos de acessibilidades”, afirma. Mas para isso será necessário que haja esse entendimento e a aposta da nova Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, aguardando a Fundação “com enorme expetativa” o desenlace das negociações entre a referida ULS e os Municípios do norte do distrito, no âmbito desta reorganização no Serviço Nacional de Saúde.
Entretanto, o Hospital continua a prosseguir os objetivos de aumentar o leque de especialidades médicas, bem como os contratos para cirurgias e os exames complementares de diagnósticos. Questões pelas quais a administração se tem batido, enfrentando dificuldades na revisão dos protocolos com a tutela. José António Fareleiro queixa-se de “discriminação em relação a outros hospitais da região Centro” – dando exemplos de Mealhada e Oliveira do Hospital, com os quais a tutela tem convencionados valores de comparticipação quatro a cinco vezes superior para os mesmos serviços.
Apesar disso, a Fundação tem investido a expensas próprias na modernização dos seus serviços, e em maio adquiriu um novo equipamento de Raio-X que custou cerca de 25 mil euros. “Trata-se de um equipamento que permite ganhos na qualidade de imagem e no tempo de espera, possibilitando a digitalização imediata e poupando profissionais e utentes à exposição à radiação”, explica José António Fareleiro, que alimenta o sonho de dotar ainda o Hospital de serviço de TAC e análises de química seca. O alargamento do horário de acesso serviço de urgências às 24 horas,ao abrigo do SNS é outro dos anseios, uma vez que na atualidade apenas está contratualizado com a tutela o período noturno, funcionando durante o dia em regime particular ou através de referenciação dos centros de saúde, que é outra das dificuldades do momento.
Apesar disso, os números de 2023 apontam para que tenham sido registados cerca de 12 mil episódios de urgência em Avelar.
Dispondo de 35 camas de capacidade e mais 12 de apoio ao bloco operatório, o Hospital de Avelar tem, de acordo com informação da administração, taxas de ocupação superiores a 90% no Internamento da Unidade de Cuidados Continuados e Medicina.
LAR MELHORADO E AMPLIADO
Outra das valências da Fundação Nossa Senhora da Guia é a Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, encontrando-se neste momento a ser intervencionada. As obras, financiadas na totalidade pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), têm custo na ordem dos 306 mil euros e vão permitir a reabilitação e ampliação da capacidade do lar, que já conta três décadas de existência.
“Esta intervenção vai possibilitar a construção de três novos quartos duplos, permitindo que o total de vagas passe de 48 para 54 utentes”, informou o presidente do Conselho de Administração da FNSG, que adiantou ainda que todos os quartos vão dispor de casa de banho privativa. As intervenções incidirão ainda na zona de refeições, nos quartos da ala nascente, bem como a substituição da cobertura de fibrocimento, reparação e pintura de paredes exteriores e isolamento térmico.
Encontra-se também submetida uma candidatura de montante equivalente para otimizar a eficiência energética do edifício, que a ser aprovada garantirá um apoio de 85% do Fundo Ambiental.
Ainda na área social, a FNSG presta apoio domiciliário a três dezenas de utentes, servindo ainda para as várias valências, uma média de 500 refeições diárias.
CENTRO INFANTIL REGISTOU
QUEBRA NA PROCURA
A valência de Jardim de Infância da FNSG há anos que registava uma quebra na procura no pré-escolar, o que levou ao fecho de uma sala por não ter sido atingido um número mínimo de 25 inscritos para cada turma. Situação acautelada no diálogo com a Câmara Municipal, que no serviço público conseguiu absorver as necessidades, informou José Fareleiro. Frequentam atualmente o Jardim de Infância 80 crianças, sendo 42 em creche e as restantes no pré-escolar e ATL. A FNSG tem preparada uma candidatura, que aguarda abertura de aviso, para proceder também a obras no edifício que albergam esta valência, nomeadamente a substituição da cobertura e isolamento.
LISTA DE CONTINUIDADE
Os cerca de 450 sócios da Liga de Amigos da FNSG foram chamados no passado dia 21 de abril a escolher os corpos sociais da instituição para o quadriénio 2024-2027, tendo-se apresentado uma única lista a sufrágio, com apenas três alterações em relação à anterior.
Acompanham José António Fareleiro no Conselho de Administração, Rui Rosa e Pedro Jacob Dias, com funções executivas e ainda Jorge Moreira e Ricardo Godinho. São suplentes Carla Fernandes, Carla Almeida e Dina Rosa.
Já a Assembleia Geral tem como presidente Fernando Inácio Medeiros, como secretários Ricardo Cristão e Luciana Abreu e como suplentes Teresa Silveiro e Fernando Silveiro. Finalmente, o Conselho Fiscal é presidido por Maria Manuela Cristão, tendo como vogais Carla Santos e Paulo Cardoso e como suplentes Alcino Oliveira e Carlos Fernandes.