Jorge Tomás, coordenador do Departamento de Formação, refere que este facto representa muito para o clube: “ser o estandarte de uma região em termos de formação eleva-nos a outro patamar”, e destaca “o trabalho árduo para subir de nível”, porque “achamos que o nosso lugar é na Honra”.
Em termos pessoais considera “um privilégio” já ter conseguido o pleno por duas vezes e refere alguns dos pontos que considera importantes para o sucesso do modelo: “ter treinadores credenciados e focados no objetivo, contar com o empenho dos diretores e que não falte o apoio familiar aos atletas”. Jorge Tomás considera que se estes três fatores funcionarem bem, os jogadores “podem evoluir de forma natural e assimilar o que se pretende”. Mas para o coordenador, para além do sucesso desportivo “é ainda mais importante que os jovens aprendam a ser melhores homens e mulheres”.
ESTAR ENTRE OS MELHORES
Questionado sobre a vantagem de competir na divisão de Honra, o coordenador cita as palavras de Tozé, um dos treinadores do clube: “é na Honra que estão os melhores jogadores, os melhores árbitros e os melhores treinadores, portanto só temos a ganhar”. Também perspetivando o futuro, Tomás realça vantagens: “é importante estes jogadores estarem entre os melhores para quando chegarem aos seniores serem mais competitivos”. Ultimamente o ACA tem tido sempre atletas (masculinos e femininos), a representar o clube nas seleções distritais da AFL, algo que “é maximizado pela visibilidade que a Divisão de Honra oferece”.
Ter as 3 equipas neste patamar já é uma façanha, mas Jorge Tomás ambiciona mais: “o meu sonho é irmos com uma equipa da formação do ACA aos campeonatos nacionais”.
Contudo, em termos estruturais o clube denota dificuldades para garantir a assiduidade de tantos atletas, com um único campo a mostrar-se insuficiente para a carga de treino que a participação na divisão de Honra implica. Uma dificuldade acrescida este ano, pelo facto do ACA ter duas equipas de Iniciados. “Tivemos de solicitar o campo de Pousaflores e ao GDRP e à Câmara pela disponibilidade”, refere Tomás. Por outro lado, para manter a competitividade, a freguesia não gera o número de atletas necessários, o que leva o clube a ir buscar jogadores a freguesias e concelhos vizinhos, obrigando a “uma grande ginástica humana e financeira, mas que penso vale a pena, para que o clube mantenha esta bitola”.
NOVOS TREINADORES
A nova época trará mudanças no comando técnico de todas as equipas de formação. Agradecendo o contributo dado por Paulo Miguel e Toni, que integraram outros projetos, Jorge Tomás refere que é apologista de “dar oportunidades a jovens ambiciosos que queiram enveredar pela carreira de treinador”. Nesse sentido, anunciou que os Juniores serão treinados por Renato Carvalho, tendo como adjunto Marco; nos Juvenis estará Diogo Pimenta, coadjuvado por Pedro Brás e Tiago Simões; os Iniciados “A” serão orientados por Salvadore Sulce, tendo como adjunto João Pedro Mendes e os Iniciados “B” serão treinados por Tiago Ferreira. No futebol 9, 7 e 5, Tozé orientará os Sub13, Tomás os Benjamins, Pedro Moreira os Traquinas, Brian e Yago os Petizes e finalmente Tiago Simões e Tomás estarão com os Bâmbis.
30 ANOS DE CASA
Com 30 anos de dedicação ao AC Avelarense, sempre ligado à formação, Jorge Tomás orgulha-se do seu trajeto, que já incluiu equipas séniores. “A minha recompensa a nível desportivo é ver o clube no topo e a ombrear com alguns dos ditos grandes do nosso distrito”, refere o treinador, considerando que “as alegrias e tristezas são importantes no nosso crescimento”. “Ver a alegria dos miúdos quando vão a torneios dentro e fora do país, porque vão sempre recordar essa experiência”, é uma das memórias que guarda, tal como os amigos que todos os anos vai fazendo. Mas o prémio maior e que mais o sensibiliza “é quando encontro atletas que passaram por aqui e estes me cumprimentam efusivamente, por vezes passados muitos anos e em sítios longínquos”.
Claro que para tantos anos de dedicação ao clube, quase dia e noite, sofre a família: “se não fosse o apoio da minha esposa e dos meus filhos, não poderia chegar até aqui”. “Sinto-me cansado mas orgulhoso pelo trabalho que desenvolvo no meu clube, que adoro e represento com alegria”, finaliza.