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Fazunchar deixou marcas de arte na terra que enamorou Malhoa

Marco Marques, 31 agosto 2020

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Fazunchar deixou marcas de arte na terra que enamorou Malhoa
Depois de ter deixado 47 pinturas nas paredes de casas e muros figueiroenses em 2019, o «Fazunchar» regressou este ano e deixou mais 27, vincando a sua marca, até porque se estendeu às freguesias de Aguda, Arega e Campelo. Entre 15 e 23 de agosto, o concelho foi ‘invadido’ por vários artistas nacionais e internacionais, que se inspiraram na história e nas gentes figueiroenses para deixar a sua obra. Para além dos murais, decorreram residências artísticas, concertos, workshops, visitas guiadas e até um piquenique comunitário.
O festival de arte urbana que veio (re)colocar Figueiró dos Vinhos no ‘mapa’ da criação artística teve forte inspiração em Malhoa, pintor naturalista que fez desta a sua vila adotiva entre o final do século XIX e o início do século passado… Mas também noutros artistas, na vasta história de um concelho com muito para contar e até em pessoas anónimas, agora retratadas nos pontos mais recônditos das quelhas e ruas do concelho.
Segundo Lara Seixo Rodrigues, da Mistaker Maker -  plataforma que assume a organização e curadoria do festival, esta edição pretendeu reforçar as atividades em espaço público, aproveitando-o para “expor olhares únicos e renovados sobre os bens culturais, o património e tudo o que de único compõe este território”.
“Continuamos a querer reposicionar o nome de Figueiró dos Vinhos enquanto palco produtor de Arte e de Cultura. É um bocadinho renovar esse estatuto que nos séculos passados foi de Figueiró dos Vinhos, recuperar todos os elementos identitários que existem e dar-lhes roupagens novas, novos significados através do trabalho artístico, de vários tipos de Arte”, referiu a curadora do festival, promovido pelo Município de Figueiró dos Vinhos.
Este ano, a grande novidade foi a de “levar o festival também para fora da vila”, referiu Lara Rodrigues, referindo-se à pintura de murais nas freguesias de Aguda, Arega e Campelo.
Participaram os artistas nacionais Draw&Contra, Tamara Alves, The Caver, Adamastor e Mantraste e os internacionais Doa Oa (Espanha), Dimitris Taxis (Grécia) e Helen Bur (Reino Unido). O trabalho desta última chamou bastante a atenção dos visitantes, devido ao facto de se traduzir na réplica de pequenas figuras de pessoas que foi fotografando de costas pelas ruas da vila, e depois reproduziu amiúde em locais como paredes, muros, portas e até caixas de eletricidade…
Também o trabalho de Tamara Alves se notou particularmente, até porque integrou uma residência artística com a também leiriense Surma, numa das travessas da vila.
Surma que foi destaque na vertente musical do festival pelo seu concerto, tal como os Cassete Pirata, que atuaram no Anfiteatro da Biblioteca Municipal.
Ao longo da semana foi grande o corropio pelas ruas do concelho, quer através de visitas guiadas gratuitas proporcionadas pelo Festival, quer por muitos visitantes, que vieram de todo o lado para ver as criações artísticas que agora dão ainda mais cor a Figueiró.
Vasco Mendes (vídeo) e Rute Ferraz (fotografia) também fizeram residências artísticas e entre os workshops destacaram-se o de colagem criativa e o de estampagem com carimbos.
Junto a cada um dos murais criados em 2019, criou-se uma rota sonora escolhida pela Omnichord Records.
Nas ações comunitárias, destaque para o projeto nascido durante o confinamento ‘Sebenta da Quarentena’, e o já habitual piquenique comunitário.

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